artigo

03

Mar

2023

Juros sobre juros: entenda o anatocismo no financiamento de imóveis

O anatocismo no financiamento de imóvel é um assunto que gera muitas dúvidas e controvérsias entre os compradores de imóveis. Trata-se da cobrança de juros sobre juros, o que pode aumentar consideravelmente o valor das parcelas e do saldo devedor do financiamento. Neste artigo, vamos entender melhor o que é o anatocismo, como ele funciona no financiamento de imóveis e quais são os direitos do consumidor em relação a esse assunto.

O anatocismo, também conhecido como juros compostos, é a cobrança de juros sobre o saldo devedor do financiamento, incluindo os juros já cobrados. No caso do financiamento de imóveis, isso significa que os juros são calculados sobre o saldo devedor do contrato, incluindo os juros já cobrados em parcelas anteriores.

Essa prática pode resultar em um aumento significativo do valor das parcelas e do saldo devedor, o que pode prejudicar o consumidor que contraiu o financiamento. Além disso, o anatocismo é considerado ilegal pela legislação brasileira, uma vez que fere o direito do consumidor à informação clara e precisa sobre as condições do contrato.

Para proteger os consumidores, a Lei nº 4.595/64, que regula o Sistema Financeiro Nacional, proíbe expressamente o anatocismo em contratos de financiamento. Além disso, o Código de Defesa do Consumidor estabelece que as cláusulas abusivas em contratos de consumo são nulas de pleno direito, ou seja, não têm validade legal.

No entanto, apesar da proibição legal, muitos consumidores ainda são vítimas do anatocismo em contratos de financiamento de imóveis. Isso acontece porque, muitas vezes, as cláusulas que permitem a cobrança de juros compostos são inseridas de forma obscura nos contratos, dificultando a compreensão do consumidor.

Para evitar problemas com o anatocismo no financiamento de imóveis, é importante que o consumidor leia atentamente o contrato antes de assinar e busque ajuda de um advogado especializado em direito do consumidor, caso tenha dúvidas. Além disso, em caso de cobrança indevida de juros compostos, o consumidor pode recorrer à Justiça para exigir a correção do valor das parcelas e do saldo devedor.

Clique aqui e envie
sua mensagem